Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista

O programa povo Negro de quarta-feira (24/04), ancorado por Wallace Neguerê, recebeu a professora doutora Míriam Cris Carlos, para um bate papo sobre o projeto de Pesquisa de pós-doutorado na UnB, intitulado “A Pessoa-Poesia Clementina de Jesus: A Comunicação da Inteireza em Narrativas Midiáticas”. 

O programa é uma parceria da TV Comunitária com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, da 4ª Edição do projeto Brasília Mostra Sua Cara e Cultura.

A professora doutora Míriam Cris Carlos menciona que se interessou por Clementina em 2010, por ocasião de um documentário chamado Rainha Quelé. “Naquela época, eu sabia muito pouco sobre ela e fui convidada para escrever o roteiro desse documentário. Foi aí que comecei a minha pesquisa e entrevistei figuras importantes, como Paulinho da Viola, João Bosco e Martinho da Vila”, destaca.

Segundo Míriam Cris Carlos, ao estudar a vida de Clementina, somos levados a explorar diversas outras influências e narrativas. “Ao analisar a trajetória dela, podemos abrir portas tanto para a história do samba quanto para a história da Música Popular Brasileira. A cultura da diáspora se manifesta ao longo da vida de Clementina, desde a sua infância até o momento em que ela se destacou com mais de 60 anos”, explica.

De acordo com a professora doutora, o que mais a impressionou durante a elaboração do roteiro foi a receptividade das pessoas ao serem convidadas para falar sobre Clementina. “Não houve resistência, todos estavam dispostos a compartilhar sobre o encantamento que ela causou nas pessoas com quem conviveu, assim como naqueles que tiveram a oportunidade de vê-la no palco”, relembra.

A convidada da edição destaca que Hermínio Bello de Carvalho foi a pessoa que mais se dedicou a escrever sobre Clementina.

“Foi ele quem nos proporcionou a oportunidade de conhecê-la, levando Clementina para o grande público e para a mídia, produzindo seus discos. Ele possibilitou que esse conhecimento ancestral fosse compartilhado conosco. Uma das maiores lições que Clementina nos deixou foi a importância de compreender a pessoa em relação à sua comunidade”, enfatiza.

Míriam Cris Carlos também compartilha sua frustração ao perceber as circunstâncias finais de Clementina. “Ela estava doente e se apresentava em locais pequenos. Só conseguiu se aposentar graças a um grupo de músicos que a ajudou nesse processo, mas infelizmente não pôde parar de trabalhar. Assim, o que era uma fonte de prazer em sua vida tornou-se uma atividade penosa no final, realizada com grande dificuldade. Para mim, é frustrante perceber que essa luta ainda tem um longo caminho pela frente e precisa continuar”, comenta.

Assista mais detalhes desta edição na íntegra: 

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