Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista

Transmitido ao vivo na terça-feira (23/04), o programa Baú Musical, apresentado pela jornalista Camila Piacesi, contou com a participação da cantora e compositora Anna Carolina Rocha. Ela falou sobre o seu álbum de estreia “Poesilha: Ilha da Solidão” e também discutiu o show de lançamento do CD no Sesc da 504 sul. Esse programa é uma parceria da TV Comunitária com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, da 4ª Edição do projeto Brasília Mostra Sua Cara e Cultura.

A cantora e compositora Anna Carolina Rocha também é uma defensora das causas relacionadas a doenças raras e deficiências.

“Eu sou uma artista desde que me entendo por gente e fui desenvolvendo várias formas de arte. Comecei a escrever e compor muito cedo, mas infelizmente fui desencorajada, pois minha escrita é uma forma de desabafo. As pessoas estão acostumadas a me ver alegre, ativa e sempre cativante, então quando viam meus escritos em um tom mais melancólico e revoltado, estranhavam um pouco isso”, compartilha.

Segundo a cantora e compositora Anna Carolina Rocha, por muito tempo ela manteve esses escritos guardados e se dedicou a outras formas de arte. “Em 2019, houve uma virada de chave, pois comecei a publicar alguns desses escritos e então decidi abraçar a vertente de cantora”, relata.

A convidada da edição destaca que por ser uma artista versátil, quis incorporar mais dessa versatilidade em seu show. “Além das músicas do álbum, eu trouxe um pouco do meu trabalho poético e também prosa poética para que as pessoas pudessem conhecer mais esse meu outro lado, utilizando blocos musicais”, explica.

Anna Carolina pontua que a sociedade tende a enxergar as pessoas com doenças raras ou deficiências sob uma perspectiva de piedade.

“Mesmo que de forma inconsciente, elas não têm grandes expectativas em relação a nós. Por exemplo, quando fiz o show no Sesc, muitos comentários insinuavam que não esperavam algo grandioso, as pessoas esperavam algo mais simples de mim por eu ter uma deficiência, mas não! Eu sou essencialmente uma roqueira”, enfatiza.

A cantora e compositora reforça que as pessoas com doenças raras ou deficiências são altamente capazes. “É isso que busco demonstrar em meu trabalho, e acaba surpreendendo muitas pessoas, pois elas não esperam tamanha qualidade. Meu ativismo é nesse sentido de combater esse capacitismo e esse coitadismo que existe”, esclarece.

“A arte salva e cura, então, se observarmos, há muitas pessoas com deficiência e doenças raras que se dedicam a alguma forma de arte como uma maneira de desabafo e de serem produtivas, para extravasar tudo o que sofremos pela sociedade”, acrescenta.

Confira esta edição completa: 

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