Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista

O programa Povo Negro de terça-feira (16/04), apresentado por Wallace Neguerê, recebeu o convidado Pai Ricardo de Oxóssi, Babalorixá, diretor de arte cênicas e professor da rede pública do DF.  Durante o programa, Neguerê e Pai Ricardo discutiram sobre temas relacionados à espiritualidade e cultura.

O programa Povo Negro é uma parceria da TV Comunitária com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, da 4ª Edição do Brasília Mostra Sua Cara e Cultura.

Pai Ricardo de Oxóssi relembra que sua introdução na espiritualidade começou aos 6 anos de idade em Natal-RN de forma inesperada. “Tinha uma moça chamada Tereza que trabalhava na nossa casa, e um dia ela avisou que precisaria sair para ir a uma festa. Quando esse dia finalmente chegou, minha mãe tinha esquecido e já tinha marcado um compromisso com meu pai. Por não poder levar as crianças nesse compromisso, pediu que a Tereza levasse eu e minha irmã para essa festa. Quando chegamos lá, era um terreiro de umbanda, algo assim, e ali eu tive minha primeira manifestação com o Orixá Oxossi. Voltamos para casa e eu não tive mais nenhum contato com terreiro durante um tempo”, compartilha.

O diretor de artes cênicas e professor da rede pública do DF, Pai Ricardo de Oxóssi, também menciona que foi somente aos 11 anos de idade, quando morava em Minas Gerais com a família, que começou a frequentar um terreiro. “Isso foi se intensificando cada vez mais. O Candomblé foi e é uma grande escola para mim, pois foi essa religião que me acolheu”, destaca.

Durante o programa, o apresentador Wallace Neguerê comenta sobre a crença na sociedade de que se um homem é gay no candomblé, é porque o orixá dele o transformou, mas Pai Ricardo esclarece que isso não tem fundamento.

“O fato de quem tem orixá feminino ser gay ou só quem tem orixá masculino vai ser hétero não tem nada a ver. O orixá é a essência da pessoa que vai trazendo a identidade que foi perdida. Então você faz um resgate da sua identidade, aquilo que foi arrancado ao longo de mais de 500 anos”, esclarece.

O convidado da edição enfatiza que seu terreiro está localizado em Águas Lindas de Goiás, enquanto a companhia de Teatro Semente, está situada no Gama, bem no centro, ao lado da Rodoviária.

“Nós abrimos vagas todos os anos para oficinas. Este ano ainda não abrimos devido a problemas na concessão, mas esta companhia de teatro tem 17 anos e hoje é uma extensão da UnB”, destaca.

Confira mais detalhes dessa entrevista na íntegra: 

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