Kelly Jenyfer – @kellyjenyferjornalista

Transmitido ao vivo na segunda-feira, (25/03), o programa Quilombo de Wal, apresentado por Waleska Barbosa, recebeu a jornalista e pesquisadora Juliana Cézar Nunes, que compartilhou sua história na área da comunicação.

“Venho de uma família negra que sempre valorizou a educação. Minhas avós davam muita importância a isso, apesar de terem trabalhado como empregadas domésticas”, relembra Juliana.

Juliana Nunes menciona que seu avô paterno tinha paixão por geografia e costumava mostrar diversos mapas às crianças da família. “Mesmo que nossa convivência fosse limitada às férias, a educação sempre foi muito marcante. Essa valorização da educação sempre esteve ligada a elementos da comunicação. Eu costumava ler jornais com meu pai, assistíamos ao noticiário juntos e eu também lia revistas, então a comunicação sempre esteve presente nesses processos educativos”, revela.

Após concluir a faculdade de jornalismo na UnB, a jornalista e pesquisadora Juliana Nunes realizou um curso de especialização em bioética, onde participou de oficinas destinadas a colaboradores de jornal.

“Nessas oficinas, tivemos momentos muito enriquecedores de redação e informação. O professor convidava representantes do IBGE, IPEA, entre outros, o que foi extremamente marcante e importante”, afirma.

Segundo Juliana Nunes, foi a partir desse momento que novas oportunidades começaram a se abrir para ela. “Recebi o convite para participar da fundação da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do DF, da qual faço parte. Essas oportunidades têm aberto portas para a participação em coletivos.

Além disso, fui convidada a participar do Fórum de Mulheres Negras, por meio do qual conheci outras mulheres negras e fundamos a Irmandade Pretas Candangas. As coisas têm progredido e nos unimos para apoiar o festival Latinidades, organizado por Jaquelline Fernandes”, relata Juliana.

“Ao longo desses 20 anos desde minha formatura, essas possibilidades vêm surgindo”, acrescenta.

A convidada da edição compartilha que em 2001 prestou concurso para a RadioBrás e foi convocada em 2004. “Cheguei em um momento de grande mudança na RadioBrás, que antecipava o que viria a ser a EBC – Empresa Brasil de Comunicação, já pensando na comunicação pública.

Estive presente nesse momento inicial da construção da EBC, tentando incorporar o artigo constitucional. Essa interligação entre comunicação pública, comunicação negra, sindicato e militância foi se desenvolvendo ao mesmo tempo para mim”, esclarece.

A jornalista e pesquisadora menciona que, após a especialização, fez mestrado e começou a estudar comunicação quilombola. “Às vezes penso que são áreas distintas, mas ao mesmo tempo consigo enxergá-las unidas e interligadas. Assim, tracei uma trajetória acadêmica mais direcionada à comunicação negra e quilombola, e uma prática de comunicação dentro do contexto da comunicação pública”, enfatiza.

Juliana Nunes destaca que está atualmente muito feliz e concluindo uma fase do Doutorado. Estou buscando reduzir um pouco o ritmo, enfrentando o desafio de atuar na gestão da EBC na área de jornalismo digital e conciliar com meus estudos”, conclui.

Confira esta edição completa: 

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