Ancorado pelo influenciador digital Wallace Neguerê, o Povo Negro de terça-feira, 16 de agosto, recebeu o filósofo Henrique Araújo para contar sua trajetória de vida na educação, música e religião. Henrique destaca que é incentivado pelos ídolos Luiz Gonzaga, Geraldo de Azevedo e Dominguinhos, onde sua música ganha forma e verso em proporções continentais e únicas.

Henrique Araújo da Silva é natural de Recife-PE e teve sua primeira infância influenciada pelas vozes no rádio. “Na minha região eu sou muito marcado pelo rádio. Saí do Recife muito cedo porque fui estudar filosofia e teologia e nessa trajetória, fui escrevendo peças, livros, e cantando”, menciona Henrique Araújo. De acordo com o filósofo, no dia 27/09 ele estará presente no Feitiço das Artes da 303 Norte. “Estamos planejando uma temporada em algum teatro aqui no DF para depois seguir turnê”, revela.

Sobre religião e religiosidade, Henrique Araújo conta que tem o costume de fazer uma distinção entre elas. Segundo o filósofo, religião é uma sistematização de uma cultura dogmática e escrita, que compõe a religião. Já a religiosidade está ligada ao campo da devoção. “Ela está baseada nos costumes que você aprende e faz, porque aquilo é teu, e não poque é uma imposição”, explica.

Filósofo por vocação, Henrique conta que busca nas suas inquietudes da vida, uma melodia que transmita ao público uma história. Seu mais recente trabalho, o espetáculo Minhas Raízes Ancestrais, ilustra o engajamento na valorização da cultura afro-brasileira e africana que ultrapassa o trabalho artístico.

Segundo Henrique Araújo, este espetáculo é uma homenagem às mulheres negras. Cantando para Yemanjá e Oxum, o artista brada a canção agonia mascarada, acompanhada pelo poeta Jorge Amâncio e com a participação de Milton Filho no espetáculo, declamando as poesias Malungo e Bendito Dia.

O filósofo relembra ainda que foi no Candomblé onde iniciou sua pesquisa em torno dos ritmos africanos. Seu som melódico e percussivo está registrado no CD independente Noite do Sertão, divulgado na turnê de 2011 nas cidades de Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Orós, Goiânia e Brasília.

Henrique Araújo completa dizendo que dentro deste universo de referências místicas e rítmicas, nasceu o espetáculo didático musical Tróia Negra, o presente africano para o Brasil como fruto de anos de trabalho.

Araújo finaliza a edição dizendo que para essa política, espera menos alienação das pessoas. “As pessoas têm que analisar mais a política dentro da conjuntura e se não sabe, procura saber. Em pleno 2022 não dá para viver de fake News”, enfatiza. “Espero que os candidatos priorizem as pessoas, porque somos nós que compomos a sociedade”, afirma.

Confira esta edição na íntegra:

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